1. |
Nitro (Intro)
01:23
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E até hoje eu acho que é isso
que é essa tentativa que faço na literatura
saber que a palavra não me esgota
a palavra nunca escreve tudo o que a emoção sente...
(Besouro Anêmico)
De cada palavra eu abuso
uso como pavimento
ferramenta de trabalho
em descrever o indescritível falho
mas não me atrapalho
só me admira estar na mira
de quem conspira
e aspira pó
se sentindo cada vez mais só
enquanto se revolta e volta um passo atrás
eu avanço
passo à passo e sem descanso
até que alcanso o objetivo
ativo a mente aberta
motivo o corpo fechado
e contra o que não quero
eu não espero
eu ultrapasso.
(Mabell)
Passo a bola
pavimentando minhas ideias de barro
eu tiro mó sarro meu caro
no mó barato
tudo que eu quero é caro
carinho e amparato
uma goma, minha "muieh", meu filho e talvez um carro
não, melhor
um bom sapato
estilo colômbia, eu ando é de "buseta"
ônibus pequeno
eu percebi sua careta
robei a brisa
nessa lotação cheia de bandido
frisa:
só não confunda se ofender com ser ofendido...
Palavra, palavrinha, palavrão
palavra, palavrinha, lavra esse chão...
O que é um palavrão quando se tem uma mente pequena?
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2. |
Cobra Cega
01:57
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(Mabell)
Eletrônica é as parada
disparada da batida
o carro pifa, morre
enguiça na subida
menina grita
a mãe se irrita
a dona rita do outro lado grita:
bate e mata essa tiriça!
menina corre
ninguém socorre
quem passa só ri
e eu travo no volante quando tô de porre
mó pega pega
menina cega
cansa, se entrega
a mãe confere as prega
deve e não nega
eu tava certo
eu vi de perto
bem mudo e quieto
e concluí que o mundo é memo dos esperto
os leigo sofre
mas não pra sempre
dentro do cofre tem uma serpente
que quando solta vem mostrar pra gente
que ela escolheu rastejar
pra provar
que nóis só precisa de uma boca pra comer
e uma cabeça pra pensar
(Refrão Mudo)
Tá na minha hora de enxergar
aquilo que ninguém vê
Tá na hora de eu me ajudar
e compreender o olho que tudo vê.
(Besouro Anêmico)
Ela rasteja
esteja aonde estiver
o que ela quer é viver
mesmo sem ver ela enxerga
menina cega
pensa e age, quando foge
só quem tem coragem é que pode seguí-la
se conseguir
não sucumbir ao veneno que ela destila
ela assimila o ambiente
a mente pensa
intensamente ela reage
interagindo com o mundo girando
e nem fica tonta
encontra
entrada e saída
da vida faz seu caminho sem deixar rastro
quando se entrega é de cansaço
ela faz seu espaço
expressa pressa e paciência
conforme for preciso
desde a polêmica no paraíso
vem sem aviso e sem aviso vai
ela não cai
porque ela já está no chão
e desse chão ela não sai.
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3. |
Eu tô chegando...
02:19
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(Besouro Anêmico)
Eu tô chegando
e quando eu chego
o sossego é o que eu viso
eu priorizo igual Tim
se for preciso
organizo um motim
pra que não tirem de mim
minha paz e meu espaço
de espaço eu preciso mas não peço
nem meço o sorriso
sem aviso eu acesso
tudo o que você conta
e um pouco do que você canta
e encontra tanta
coisa pra ver e ouvir
que transmitir para o papel é inevitável
inflamável é o que eu vejo
em chamas o que eu ouço
é um incêndio quando escrevo
em carne e osso eu chego vivo
ao objetivo
e me motivo
mesmo sem ver incentivo
eu tô chegando.
(Refrão)
Vai vendo
volta ouvindo
retorna escrevendo
pra depois contar
Vai vendo
volta ouvindo
retorna escrevendo
pra depois cantar (2X)
(Mabell)
VOSS
voy violando el sistema
después de la acción
yo saio de cena
acenando pro público
insandecido con su propia presencia
em cada rosto una expresión
cada mirad una crença
em cada santo una devoción
cada persona un ritmo en la acción
en cada acción un poco de vanidad
en cada corazón
un poco de maldad
y es verdad
porque por isso yo já passei
pero el la fúria
yo já matei...
aula
de gente
metida a professor
porque ser ofendido lhe causa dolor
e o sofrimento
es la única coisa en su lado
es la venganza
no momento em que alguien te ignora
mas eso va mudar una parte
a partir de ahora.
(Refrão)
Vai vendo
volta ouvindo
retorna escrevendo
pra depois contar
Vai vendo
volta ouvindo
retorna escrevendo
pra depois cantar (2X)
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4. |
Liberte-se!
02:00
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(Refrão)
Nesse mundo das idéias só a sua que é a certa
verdade verdadeira
a mentira que liberta
na verdade prende
é quando o calo aperta
corpo fechado, mente aberta.
(Besouro Anêmico)
Desperta!
sono pesado tá em oferta
farto de quem furta o meu descanso
eu nem descanso
e quando alcanço a cama
meu sono é leve
o corpo entra em greve
a mente ainda me chama
ela quer que eu me liberte
por mais que aperte o calo
sem intervalo
as ideias correm
e corroem as pernas curtas da mentira
a ira da verdade
é a metade que faltava
quando eu tava indeciso entre o certo e o errado
eu me liberto
certo dessa mente aberta
e desse corpo fechado.
(Refrão)
Nesse mundo das idéias só a sua que é a certa
verdade verdadeira
a mentira que liberta
na verdade prende
é quando o calo aperta
corpo fechado, mente aberta.
(Mabell)
Dispersa
vim procurar quem tava certo
perto de quem cuida quando ama
e a trama corre solta
milonga e lie na bolsa
levo as verdades na mochila
dando as costas
pra quem cochila
porque esperto é quem chega
perto de tudo
e se Deus é meu escudo
o resto não me interessa
mentira é uma pressa
verdade é uma préce
e o nosso lance é só vagar
rodar
como o imaculado
nossa curtição é interrogar
entre a fé e o enfezado
meu trabalho é a coisa certa
pra manter o corpo fechado
e a mente aberta.
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5. |
Dorme
02:00
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(Mabell)
Durmo onde roga meu espírito
deito, penso, reflito, frito
insisto na oração
me concentro no peito
desse leito, nome cama
codinome maca
meu defeito empaca
desacelera a mente
coração clemente
do ente querido
falecido por insônia
falsidade como amônia
errônea
minha reza decorada
recorro ao Pai Nosso
não entendo quase nada
medito com a mente longe
monge, personagem
bagagem
adormecida encarecida fronha
frondosa concha fofa
lembro fofoca no cafofo
inquietação me mofa
metamorfose, sono
assim o corpo abandono
nessa noite bela
durmo aqui pra acordar lá
na cela.
(Besouro Anêmico)
Cancela o corpo
e o espírito passeia
enquanto durmo
dobro o turno
e o que ele anseia
nada além do descanso
a PAZ que busco alcanço
sei que não é tudo
talvez por isso não me ajusto
a justiça
da cobiça na cabeça
que avança avessa à quem sente
esse decadente tempo
como temporais que enfrento
atemporal
tudo bem, nada mal
mas qual a razão dessa reza
se essa fé é tão rasa
e esse riso que arraza comigo
não consigo entendê-lo
do pesadelo ao sonho
componho o caminho de ida
uma entrada sem saída
e o caminho de volta
é a revolta contida
em cada lágrima retida
sufocada por cada insônia mantida
à base de muito café
homem de pouca fé
fecho os olhos
me torno noturno e abro o caderno
é assim que durmo o sono eterno.
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6. |
Acorda
03:06
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(Besouro Anêmico)
Enquanto existir gente que dá corda
em gente que não acorda
a gente só concorda que discorda
e a corda bamba
testa o equilíbrio de quem anda
e quando corre ninguém pega...
pega! pega!
se nega a fazer acordo com quem anda pra trás
eu dou mais corda pra enforcar
quem ficar
entre eu e o que foco
eu não troco
o que sonho acordado
mais acordado ainda eu realizo
essa união que viso
não é uma utopia
e quem diria
que abriria algum sorriso
tão precioso e preciso quanto acordar
pra não dormir num pesadelo contínuo
e ser um jogador exímio
o fascínio do jogo
é um aviso pra quem brinca com fogo:
vai acordar molhado.
(Refrão)
A corda arrebenta
sempre do lado mais desunido
tô envolvido
pra acordar quem tá dormindo
então acorda. (3X)
(Mabell)
Enquanto tiver gente que recorda
e gente que não dorme
o seu sonho tá seguro
e é claro que acordar cedo ajuda
a perder esse seu medo
de dormir no escuro
e a cama acaba sendo sua inimiga
e se lá não tem formiga
a traça te levanta à força
e é fácil perceber essa armadilha
porque sempre tem uma trilha
entre o nó cego e a forca
e o nó de marinheiro sempre afrouxa
e a carretilha ajusta
quem faz a corda certa
vela teu sono te cobrindo desse frio
desancora seu navio
desenrolando essa coberta.
(Refrão)
A corda arrebenta
sempre do lado mais desunido
tô envolvido
pra acordar quem tá dormindo
então acorda. (3X)
(...)
(Besouro Anêmico)
Mas e se continuar dormindo?
E se não quiser acordar?
(Mabell)
Seu pesadelo é meu sonho!
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7. |
Chuva de Amor
04:16
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(Mabell)
Liguei a TV
queria te ver
te vi chovendo
aí caí como um toró
e num foi de goró, dizendo:
"avisa pros mais grande que vai ficar pequeno!"
Aqui dentro tá chorando
lá fora chuviscando
mais que a tal TV
hoje o sol deu um cano, não quis se envolver
só aquele chiado com as nuvem
enquanto ela não vem ou já veio
Interferência na minha antena eu receio
pausa pra estudar
corre pra escutar
porque a vida não é recreio
Mas não desanime
porque em cima da sua cabeça ainda tem um sol
em cima da sua cabeça um anzol
e dentro dela só minhoca
os meus olhos tão nublados
meus ouvidos alagados
meu nariz tá meia boca
e minha boca é só fofoca.
(Refrão)
Por mais que permaneça a chuva, fogo!
Fogo!
Fogo! (2X)
Chuva de Amor
o telefone não tocou hoje
onde é que será que você esteve
eu sempre estive aqui
esperando por você
Ó chuva, ó chuva, ó chuva
Chuva de Amor! (2X)
(Besouro Anêmico)
Tempo fechado, essa é a deixa
a queixa insiste
o clima é triste
tudo o que eu quis te
dizer
não disse
silenciei
tudo o que eu sei
e que pensei
é que passei junto com o tempo
correndo pra aprender
parando pra ouvir
quando te vi de novo
chovia forte
e eu me sentia fraco
pedi ao céu mais paciência
e aconteceu que o céu cedeu
choveu uma semana inteira
e eu pela metade
o coração partido
e o sentido disso tudo não me disse nada
foi na calada que falou
sou egoísta
e a vista ficou embaçada
nada de ligação o telefone mudo
tudo quieto demais
muita coisa passou mas não ficou pra trás
mais um beijo meia boca
pouca coisa pra falar de amor
demora pra aprender
não é fácil pra dizer
esquecer é difícil
e quando isso passa
e a memória se vai...
lá vem outros temporais.
(Refrão)
Por mais que permaneça a chuva, fogo!
Fogo!
Fogo! (2X)
Chuva de Amor
o telefone não tocou hoje
onde é que será que você esteve
eu sempre estive aqui
esperando por você
Ó chuva, ó chuva, ó chuva
Chuva de Amor! (2X)
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